domingo, 22 de dezembro de 2013
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
domingo, 20 de outubro de 2013
As três maçãzinhas de ouro
Havia três irmãos; o mais novo tinha três maçãzinhas de ouro, e os outros para ver se lhas tiravam mataram-no e enterraram-no num monte. Depois nasceu na sepultura uma cana. Certo dia, passou por lá um pastor, que cortou um pedaço da cana para fazer uma flauta. O pastor começou a tocar, mas a gaita em vez de tocar, dizia:
Toca, toca, oh pastor,
Os meus irmãos me mataram,
Por três maçãzinhas de ouro,
E ao cabo não as levaram.
O pastor quando ouviu isto, chamou um carvoeiro, e deu-lhe a flauta. O carvoeiro começou também a tocar, mas a flauta dizia:
Toca, toca, oh carvoeiro,
Os meus irmãos me mataram…
Assim foi a flauta andando, de indivíduo para indivíduo, até que chegou às mãos do pai e mãe do morto. A flauta dizia ainda:
Toca, toca, oh meu pai…
Toca, toca, oh minha mãe,
Os meus irmãos me mataram
Por três maçãzinhas de ouro
E ao cabo não as levaram.
Chamaram o pastor, que disse onde tinha cortado a cana. Foram lá e encontraram o cadáver com as três maçãzinhas de ouro.
Conto tradicional português
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
domingo, 23 de junho de 2013
domingo, 24 de março de 2013
A Dama Branca
A Weisse Frau (Dama Branca) era um espectro que durante muitos anos apareceu em castelos reais alemães, sobretudo nos de Karlsruhe, Berlim, Bayreuth, Darmstadt e Neuhaus, na Boémia. Vestida de branco, era inofensiva, limitando-se a inclinar a cabeça quando se encontrava com alguém.
Corriam, no entanto, rumores entre os Hohenzollerns, a família real da Prússia, de que ela era vista antes da ocorrência de catástrofes e mortes na família. Em Dezembro de l628, a Dama Branca apareceu no palácio real de Berlim e disse: -Vinde, julgai os rápidos e os mortos ! Eu aguardo o meu julgamento.»
Uma lenda identificou-a com o espírito de uma mulher do século XV, Bertha, ou Perchta, von Rosenberg, de Neuhaus, que de noite visitava os quartos de bebés reais para embalar as crianças enquanto as amas dormiam. Quando certa vez uma ama, aterrorizada, a viu, ela disse: -Eu não sou, como tu, uma estranha entre estas paredes. Eu sou da família, e esta criança descende dos filhos dos meus filhos.
Os Hohenzollerns explicavam a Dama Branca como sendo o fantasma da condessa Agnes de Orlamünde, emparedada viva por ter envenenado os próprios filhos.
Era por vezes descrita vestida de preto e branco, as cores da Prússia. A sua aparição foi documentada pela primeira vez em 1486 no Palácio de Bayreuth, e diz-se que foi vista pela última vez em 1879.
A morte de Frederico I, o primeiro rei da Prússia, em 1713 foi precipitada pela sua crença na Dama Branca.
A sua segunda mulher, que sofria de uma loucura ligeira, costumava vestir-se de musselina branca. Certa tarde, escapou-se das suas aias e atravessou uma porta de vidro antes de entrar nos aposentos de Frederico.
O rei acordou da sua sesta e ficou tão aterrorizado ao ver a aparição vestida de branco com sangue a escorrer pelo vestido que adoeceu. Morreu pouco depois, convencido de que a Weisse Frau o tinha amaldiçoado.
fonte
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Os Mortos
Uma sombra
que se estendeu por cima do louceiro,
ou no quintal debaixo da caldeira
o olho ainda resplandecendo
quando tudo está apagado,
somente isso, mas são
os mortos. Mal não fazem, o que é que pode
um fluxo de memória
sem músculos nem sangue? Pavor
nas assoalhadas ao entardecer, brancas
sombras, movimentos nas esplanadas
esticadas pela lua nos sonhos de infância...
Também são inquietação, nas noites
humildes – paciência, preces.
Estão nas cordilheiras e nos passos
dos montes, também nos dias
em que é calmo o manto estendido
dos domingos bordados de ouro...
Lucio Piccolo (1901-1969)
tradução de Andrea Ragusa
que se estendeu por cima do louceiro,
ou no quintal debaixo da caldeira
o olho ainda resplandecendo
quando tudo está apagado,
somente isso, mas são
os mortos. Mal não fazem, o que é que pode
um fluxo de memória
sem músculos nem sangue? Pavor
nas assoalhadas ao entardecer, brancas
sombras, movimentos nas esplanadas
esticadas pela lua nos sonhos de infância...
Também são inquietação, nas noites
humildes – paciência, preces.
Estão nas cordilheiras e nos passos
dos montes, também nos dias
em que é calmo o manto estendido
dos domingos bordados de ouro...
Lucio Piccolo (1901-1969)
tradução de Andrea Ragusa
Eduardo Naranjo, A Imagem dos Tempos Perdidos, 1975 |
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
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