domingo, 20 de outubro de 2013

As três maçãzinhas de ouro

Havia três irmãos; o mais novo tinha três maçãzinhas de ouro, e os outros para ver se lhas tiravam mataram-no e enterraram-no num monte. Depois nasceu na sepultura uma cana. Certo dia, passou por lá um pastor, que cortou um pedaço da cana para fazer uma flauta. O pastor começou a tocar, mas a gaita em vez de tocar, dizia: Toca, toca, oh pastor, Os meus irmãos me mataram, Por três maçãzinhas de ouro, E ao cabo não as levaram.

O pastor quando ouviu isto, chamou um carvoeiro, e deu-lhe a flauta. O carvoeiro começou também a tocar, mas a flauta dizia: Toca, toca, oh carvoeiro, Os meus irmãos me mataram… Assim foi a flauta andando, de indivíduo para indivíduo, até que chegou às mãos do pai e mãe do morto. A flauta dizia ainda: Toca, toca, oh meu pai… Toca, toca, oh minha mãe, Os meus irmãos me mataram Por três maçãzinhas de ouro E ao cabo não as levaram. 

Chamaram o pastor, que disse onde tinha cortado a cana. Foram lá e encontraram o cadáver com as três maçãzinhas de ouro. 


Conto tradicional português
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