The Unicorns, Gustave Moreau, 1885
O Unicórnio representa complexos conceitos simbólicos e místicos. Os cristãos vêem nesta criatura de um branco radiante, a quintessência de um Cristo invencível que presta honra à castidade de uma alma pura - Virgem Maria (a Donzela). Numa perspectiva mais pagã, o unicórnio simboliza a consciência espiritual, a elegância, a magia e a sublimação sexual.
Quatrocentos anos antes da era cristã, o grego Ctésias, que era médico de Artaxerxes Mnémon, diz que nos reinos do Indostão há asnos selvagens muito velozes; de pelagem branca, cabeça purpúrea, olhos azuis, dotados de um agudo corno na frente, que na base é branco, na ponta é vermelho e no meio é inteiramente negro.
O orientalista Schrader, por volta de 1892, pensou que o Unicórnio podia ter sido sugerido aos Gregos por certos baixos-relevos persas, que representam os touros de perfil, com um único corno.
Na Idade Média, os bestiários ensinam que o Unicórnio pode ser aprisionado por uma criança; no Physiologus Graecus lê-se: "Como o apanham. Põem-lhe à frente uma virgem e ele salta para o regaço da virgem e a virgem recebe-o com amor e leva-o ao palácio dos reis." Muitas famosas tapeçarias ilustram este triunfo.
Esta tapeçaria, intitulada 'Sight', é uma de um grupo flamengo de seis, de finais do século XV,chamado 'La Dame à la Licorne'. A donzela segura num espelho junto ao animal amansado.
Nesta tapeçaria (c. 1500), a virgem está no seu jardim fechado, com o unicórnio a seus pés. Na legenda está escrito um lamento - a jovem está infeliz com o seu isolamento e anseia ser libertada da sua solidão.
Um cavalinho branco com patas traseiras de antílope, barba de chibo e um comprido e retorcido corno à frente, é a representação habitual deste animal fantástico.
Leonardo da Vinci diz que a captura do Unicórnio é devida à sua sensualidade, que o faz esquecer a sua força e encostar-se no regaço da donzela, e assim é apanhado pelos caçadores.