sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Lenda de Lorelei


Emil Krupa-Kurupinski, Lorelei, 1899

A mais conhecida de todas as lendas do Reno é a de Lorelei.

Num penhasco à margem direita do rio, situado entre as cidades de Sankt Goarshausen e Kaub, vivia Loreley, uma sereia de beleza incomparável e longos cabelos dourados. Nas noites de lua cheia, Loreley entoava um irresistível canto que fazia os navegantes esquecerem o leme, num enlevo fatal, que conduzia seus barcos invariavelmente contra as rochas existentes naquele perigoso trecho do rio.

Assim sucedeu também com o filho do conde do Palatinado, Ronald, que apaixonado pelo canto da sereia, teve o mesmo fim de outros navegantes. Irado pela morte do filho, o conde enviou tropas ao penhasco, com ordens de aprisionar a sereia e lançá-la do alto do rochedo ao rio, uma queda à qual seria impossível sobreviver.

Com grande esforço, os soldados do conde escalaram o penhasco, encontrando a sereia calmamente sentada, penteando os cabelos com um pente dourado. Ao saber das intenções dos soldados, Loreley agarrou no seu colar de pérolas e lançou-o ao rio. Imediatamente levantou-se de lá uma enorme onda, sobre a qual a sereia desceu lentamente ao leito do Reno. Loreley nunca mais foi vista, mas o seu canto continuou a ser ouvido durante muito tempo, nas noites claras de lua cheia.

Albert Pinkham Ryder
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