Brunetto Latini diz no seu Li Livres dou Trésor : "A Anfisbena é uma serpente com duas cabeças, uma no seu lugar e outra na cauda; pode morder com as duas, corre com ligeireza e os seus olhos brilham como candeias."
No século XVII, Sir Thomas Browne observou que não existe nenhum animal sem parte de baixo ou de cima, frente e cauda, esquerda e direita, e negou que a Anfisbena pudesse existir, porque ambas as extremidades são anteriores. Anfisbena em grego quer dizer "que segue em duas direcções".
Nas Antilhas e em certas regiões da América, o nome aplica-se a um réptil que vulgarmente se conhece por "dupla marcha", por "serpente de duas cabeças" e "mãe das formigas". Diz-se que as formigas a mantêm e também se diz que, se a cortarem em pedaços, estes se juntam.
Jorge Luis Borges, O Livro dos Seres Imaginários