domingo, 5 de dezembro de 2010

Narasimha


A narrativa purânica diz que um demónio muito poderoso quis solicitar ao criador Brahma a bênção da imortalidade. Brahma disse que a imortalidade era algo impossível de ser obtida já que ela não faz parte da criação (todo o ser criado deve ser mortal).

Por esperteza, esse demónio (Hyranyakshipu) pediu a Brahma que não fosse morto por qualquer criatura jamais criada, ou por qualquer criatura nascida de uma mãe, de um pai, de um ventre, de um ovo ou gerada por qualquer outra entidade viva criada, nem de dia nem de noite, que não morresse em nenhum lugar, nem na terra, nem na água e nem no ar, que não fosse morto por qualquer tipo de arma, que o metal jamais perfurasse a sua carne, que sempre estivesse livre de doenças provocadas por microrganismos, que sempre fosse protegido de catástrofes naturais e que o seu próprio corpo e mente não fossem jamais causa da sua morte.

Brahma foi bastante solícito em conceder-lhe todas essa bençãos, que aos olhos de um simples mortal equivalem à imortalidade.

Hyranyakashipu tornou-se um flagelo para toda a criação, vivendo sempre em busca de prazeres mundanos, tais como ouro (hyranya) e cama farta (kashipu), rapinando a própria espécie e todas as demais.

O seu filho, o humilde Praladha, invocou o poder de Vishnu para destruir o seu pai, que se dizia imortal.

Vishnu  encarnou como Narasimha (entidade viva sem forma definida, mais parecida como um leão) e jocosamente cumpriu as bençãos proferidas por Brahma: a sua forma era inusitada e jamais havia sido criada por Brahma, ele surgiu de um pilar de pedra e não foi gerado por uma mãe, pai, ventre, ovo, etc.

A morte de Hyranyakashipu ocorreu no crepúsculo, nem de dia e nem de noite. Vishnu  matou-o sobre o seu joelho, usando a unha para estripá-lo (sobre o joelho é “lugar nenhum,” nem na terra, nem na água e nem no ar, e a unha não é uma arma de metal) e foi assim que o demónio morreu, gozando de excelente saúde!

(in Wikipedia)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...