segunda-feira, 28 de junho de 2010

Lights


Interpol - Lights

domingo, 27 de junho de 2010

Lenda da Dama Pé-de-Cabra




Esta narrativa é um aproveitamento tradicional de um mito muito espalhado na Idade Média, cujas versões mais antigas remontam aos finais do século XII. Deste mito restaram obras eruditas como o Romance de Melusina de João Arras, em França, no fim do século XIV, além de inúmeros contos populares um pouco espalhados por toda a Europa.

A versão actualmente mais conhecida em Portugal, versão já bastante romanceada, é a de Alexandre Herculano, nas Lendas e Narrativas. Contudo, a fonte da sua inspiração foi exactamente este antigo texto:

'Este dom Diego Lopez era muy boo monteyro, e estando huum dia em sa armada e atemdemdo quamdo verria o porco ouuyo cantar muyta alta voz huuma molher em çima de huuma pena: e el foy pera la e vioa seer muy fermosa e muy bem vistida, e namorousse logo della muy fortemente e preguntoulhe quem era:

e ella lhe disse que era huuma molher de muito alto linhagem, e ell lhe disse que pois era molher d'alto linhagem que casaria com ella se ella quisesse, ca elle era senhor naquella terra toda: e ella lhe disse que o faria se lhe prometesse que numca sse santificasse, e elle lho outorgou, e ella foisse logo com elle.

E esta dona era muy fermosa e muy bem feita em todo seu corpo saluamdo que auia huum pee forcado como pee de cabra.
E viuerom gram tempo e ouueram dous filhos, e huum ouue nome Enheguez Guerra, e a outra foy molher e ouue nome dona.

E quando comiam de suum dom Diego Lopez e sa molher assemtaua ell apar de ssy o filho, e ella assemtaua apar de ssy a filha da outra parte. E huum dia foy elle a seu monte e matou huum porco muy gramde e trouxeo pera sa casa, e poseo ante ssy hu sia comemdo com ssa molher e seus filhos: e lamçarom huum osso da mesa e veerom a pellejar huum alaão e huuma podemga sobrelle em tall maneyra que a podenga trauou ao alaão em a garganta e matouo.

E dom Diego Lopes quamdo esto uyo teueo por millagre e synousse e disse «samta Maria vall, quem vio numca tall cousa!» E ssa molher quamdo o vyo assy sinar lamçou maão na filha e no filho, e dom Diego Lopez trauou do filho e nom lho quis leixar filhar:
e ella rrecudio com a filha por huuma freesta do paaço e foysse pera as montanhas em guisa que a nom virom mais nem a filha.


Depois a cabo de tempo foy este dom Diego Lopez a fazer mall aos mouros, e premderomno e leuaromno pera Tolledo preso. E a seu filho Enheguez Guerra pesaua muito de ssa prisom, e veo fallar com os da terra per que maneyra o poderiam auer fora da prisom.

E elles disserom que nom sabiam maneyra por que o podessem aver, saluamdo sse fosse aas montanhas e achasse sa madre, e que ella lhe daria como o tirasse. E ell foy alaa soo em çima de seu cauallo, e achoua em çima de huuma pena:
e ella lhe disse «filho Enheguez Guerra, vem a mym ca bem sey eu ao que ueens:» e ell foy pera ella e ella lhe disse «veens a preguntar como tiraras teu padre da prisom.»

Emtom chamou huum cauallo que amdaua solto pello momte que avia nome Pardallo e chamouo per seu nome: e ella meteo huum freo ao cauallo que tiinha, e disselhe que nom fezesse força pollo dessellar nem pollo desemfrear nem por lhe dar de comer nem de beuer nem de ferrar:
e disselhe que este cauallo lhe duraria em toda sa vida, e que nunca emtraria em lide que nom vemçesse delle.

E disselhe que caualgasse em elle e que o poria em Tolledo ante a porta hu jazia seu padre logo em esse dia, e que ante a porta hu o caualo o posesse que alli deçesse e que acharia seu padre estar em huum curral, e que o filhasse pella maão e fezesse que queria fallar com elle, que o fosse tirando comtra a porta hu estaua ho cauallo, e que desque alli fosse que cauallgasse em o cauallo e que posesse seu padre ante ssy e que ante noite seria em sa terra com seu padre: e assy foy.

E depois a cabo de tempo morreo dom Diego Lopez e ficou a terra a seu filho dom Enheguez Guerra.''

Portugaliae Monumenta Historica, Scriptores, pp. 258-259

I'm Mad

sábado, 26 de junho de 2010

A Lua


VIBRAÇÃO: chackra do sacro
PALAVRAS-CHAVE: senso de oportunidade, revelação, intuição
PONTO ALTO: a luz celestial ilumina um tesouro escondido
PONTO BAIXO: não se deixe enganar, aprenda a usar o seu poder

Na posição de Senhora do Céu, a Lua representa todas as coisas femininas, inclusive a maternidade, a clarividência, a intuição, os sonhos e a fertilidade.

Ela é a consorte do Senhor Sol, reflectindo a luz desse astro na escuridão. Assim, ela ilumina os reinos do subconsciente e pode ajudar a lançar luz sobre as coisas.

A Lua também controla o tempo, os padrões de comportamento, as marés e os ciclos da mulher.

EXERCÍCIO DE MAGIA: Fitar as nuvens

Numa noite de Lua cheia, quando o céu estiver salpicado de nuvens, sente-se perto da janela (ou ao ar livre, se o tempo o permitir) e observe o formato das nuvens que encobrem a lua, procurando descobrir imagens. Dessa forma, você pode receber mensagens extremamente significativas.

Referência bibliográfica:

MORNINGSTAR, Sally, The Wicca Book, Godsfield Press, 2001

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Lua Cheia - a Mãe



A Lua cheia é quando a Lua chega ao seu zénite e faz uma esfera perfeita, catorze dias depois da Lua nova, e a sua energia mantém-se desde três dias antes até três dias depois do dia da Lua cheia. É propícia para fazer encantamentos para transformar, aumentar as aptidões físicas e a fertilidade. É o tempo da força e do poder – o tempo da Mãe.

A Mãe é evocada para a criação, a protecção, os cuidados com os outros e a fertilidade. Ela significa crescimento, plenitude, sexualidade, maturação, amor e ensino. Este aspecto da Deusa tem o seu equivalente nas deusas Gaia, Juno, Ísis, Dana, Cerridwen, Selene e Afrodite. É uma mulher no auge da vida e no máximo do seu poder.

As suas cores são mais quentes do que as da Donzela, tais como o verde, o cobre, o vermelho, o lilás e o azulão.

A Mãe é sobretudo evocada para rituais de agradecimento, de protecção, e para concretizar processos, ou seja, tudo o que tenha a ver com a realização ou a fruição de projectos, quando se precisa de força para levar os assuntos a bom termo, quando se hesita ao tomar uma decisão (para fazer escolhas de qualquer tipo), para questões de paixão, para cura, força, poder, quando é preciso obter ou manter a paz, desenvolver a intuição e os dons psíquicos.

Just for fun: Olhe fixamente o reflexo da lua cheia na superfície da água e peça um desejo. Se este for sincero e virtuoso, existem boas probabilidades de vir a realizar-se…

Referência bibliográfica:

BAPTISTA García, Wicca A Velha Religião do Ocidente, Pergaminho,1999

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Uma lenda para a noite de S. João

A GRADE DE OURO

A freguesia de Crestuma, tão característica, aprazível e bucólica, tem já muita idade, bem como o rio Uima, que a atravessa e aí desagua no Douro.

Diz-se que sob a ponte do Uima está há séculos encantada e submersa uma grade de ouro. Segundo a antiquíssima tradição, o encantamento só pode ser quebrado por um lavrador que tenha uma vaca que dê à luz dois touros de um só ventre em noite de S. João e que deixe os bezerros mamarem o leite todo.

De acordo com os ditames desta crença, o lavrador não pode aproveitar-se do leite da vaca, seja a que título for. Se o lavrador der cumprimento à prescrição, passado um ano pode dirigir-se com os tourinhos, já criados e jungidos, à meia-noite, à ponte, onde aparecerá à tona de água a grade de ouro.

Ora, há tempos atrás, aconteceu que um lavrador de Sá, teve uma vaca que, numa noite de S. João pariu dois touros de uma só vez. Andava feliz e desejoso de desencantar, daí a um ano, a famosa grade do rio Uima.

Passado o tempo necessário, dirigiu-se com os bezerros ao local determinado pela tradição. E era meia-noite quando a grade subiu à tona, ficando a boiar nas águas mansas. Exultando de alegria, tirou-a da água e ligou-a ao tamão.

De volta a casa, ia tão satisfeito por ter conseguido apoderar-se do tesouro que, falando sozinho, exclamou:
- Ela, com Deus, cá vai!...
E, espantado, ouviu no silêncio da noite responder-lhe a grade:
- O pior foi o leite que tiraste e deitaste pelo lombo da vaca!...
Antes que se desse bem conta da realidade de tudo aquilo, viu a grade desaparecer subitamente.

Com efeito, certo dia, o homem esquecera-se do requisito da lenda e mungiu a vaca. A meio da tarefa, porém, deu pelo erro que estava cometendo e deitou pelo lombo abaixo da vaca o leite que tinha tirado. Assim perdeu a grade de ouro, mercê daquela sua desatençaõ.

E não consta que outro lavrador se tenha alguma vez candidatado ao desencantamento da grade da ponte do rio Uima.

Fernanda Frazão, Lendas Portuguesas, Amigos do Livro Editores

terça-feira, 22 de junho de 2010

I Put a Spell on You


Marilyn Manson - I Put a Spell on You

Os Três Aspectos da Deusa


A Lua tem um ciclo de vinte e oito dias e meio aproximadamente, tal como o ciclo menstrual das mulheres, o que facilmente conduz a uma identificação da Lua com o elemento feminino. Para os wiccans, a Lua representa a Deusa nas suas três formas: donzela, mãe e anciã.




A Deusa é a Mãe Universal. É a fonte da fertilidade e da sabedoria. A Wicca atribui-lhe três aspectos principais: a Donzela, que corresponde à fase da Lua crescente, a Mãe, identificada com a Lua cheia, e a Anciã, correspondendo à Lua minguante.

Ela é, de uma só vez, a terra virgem, o campo cultivado e o terreno coberto pelo gelo. A Deusa dá a vida e promete a morte, como todas as mães (conceber um novo ser implica sempre a futura morte desse ser). O seu lado escuro é o da transição, a passagem pelo mundo dos mortos entre duas encarnações, a anciã que morre para depois renascer como donzela, tal como a vida renasce na Primavera depois de cada Inverno.

Vários símbolos usados nos rituais pagãos estão identificados com a Deusa, como o caldeirão, a taça ou o espelho, entre outros menos usuais, como a flor de cinco pétalas, as conchas, as pérolas ou a prata. As criaturas que lhe estão associadas são o coelho, o urso, a coruja, o gato, o cão, o morcego, o ganso, a vaca, o golfinho, o leão, o cavalo, o escorpião, a aranha e a abelha – todas elas lhe são sagradas.

in Wicca – A Velha Religião do Ocidente, García Baptista


A Deusa




Desde tempos ancestrais que a humanidade olha para o céu e observa fascinada o eterno ciclo lunar – um dos mais fundamentais ritmos do mundo natural.

O corpo humano tem, proporcionalmente, a mesma percentagem de água que a Terra e assim como as marés reagem à força gravitacional da Lua, assim poderemos nós ser afectados por ela...

Conscientes ou não dessa influência, podemos escolher ignorá-la ou incorporar os ritmos das nossas vidas no ritmo lunar.

EXERCÍCIO DE MAGIA: Olhe para o céu e procure a face da Lua. Abra os braços e o coração e saúde-a como a um amigo querido, deixando-se envolver pela sua luz e pela sua beleza. Se assim o entender, enuncie palavras de saudação e gratidão à Deusa.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Homem Verde


VIBRAÇÃO: chackra da raiz
PALAVRAS-CHAVE: crescimento, fertilidade, prosperidade, confiança
PONTO ALTO: oportunidades abundantes estão ao nosso alcance
PONTO BAIXO: nunca deixe de respeitar e honrar a si mesmo e aos outros

Guardião da natureza e zelador de seus segredos, o Homem Verde simboliza a fertilidade, o crescimento e a protecção do mundo selvagem. O Homem Verde era uma figura proeminente do nosso passado ancestral e está presente em monumentos sagrados espalhados por todas as terras célticas.

Por vezes associado a Cerunnos, o deus cornífero, o Homem Verde também é conhecido como Arddhu, o Negro, senhor e consorte terreno da Deusa da Natureza. A sua união traz vida nova e crescimento.

O Homem Verde é o aspecto fértil do deus cornífero. Representa os aspectos masculinos da vida: assumir riscos, expressar-se no mundo, seguir em frente com confiança, alcançando prosperidade e riqueza. Oferece a possibilidade de crescimento e convida à união.

Vem lembrar-nos que as oportunidades estão ao nosso alcance mas que nunca devemos deixar de respeitar e honrar a nós mesmos e aos outros.


EXERCÍCIO DE MAGIA: Reserve um tempo para comungar com a natureza e mostrar o amor e o respeito que tem para com ela. Abrace as árvores, junte o lixo e as folhas secas. Caminhe com lentidão, plenamente consciente do mundo natural. Ouça o vento, as árvores e as criaturas. Dê o que é necessário: o seu coração.

Referência bibliográfica:

MORNINGSTAR, Sally, The Wicca Book, Godsfield Press, 2001

LITHA - Solstício de Verão

Este festival assinala a época do fértil e selvagem Homem Verde - o florescente Deus do Carvalho e a manifestação do crescimento e da maturidade.

Cisnes, touros, veados e cavalos são símbolos deste festival, assim como as folhas de carvalho. Estão em evidência a artemísia, a rosa, a bolota, a verbena, a samambaia, a hera, o carvalho e o cravo.

Nesta data, devemos concentrar-nos na prosperidade, na riqueza e na abundância.

Exponha penas de cisne entrelaçadas com hera ou decore um galho de amendoeira com guirlandas de hera e de penas de cisne, encimadas por pinhas e fitas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Mary Poppins


Mary Poppins, de Robert Stevenson, 1964

Supercalifragilisticexpialidocious Sing Along


Mary Poppins, de Robert Stevenson, 1964
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